ESCOLA ESTADUAL OMAR DONATO BASSANI
Professora :Gisele
Atividade do período: 23/10 a 06/11
Orientações: Ler o texto “ um apólogo” , responder as questões , após isso fazer a atividade 1 (páginas 20, 21 e 22) do caderno do aluno São Paulo faz escola 9° ano ensino fundamental volume 3 parte 1 (apostila)
RESPONDER NO CADERNO E NA APOSTILA , COLOCAR DATA, E ENVIAR VIA EMAIL: gllpussatelli@gmail.com ou via WhatsApp , para nota do quarto bimestre.
Ano/série: 9 anos A, B, C e D
Competências e habilidades: EF69LP49 Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de livros de literatura e por outras produções culturais do campo e receptivo a textos que rompam com seu universo de expectativas, que representem um desafio em relação ás suas possibilidades atuais e suas experiencias anteriores de leitura , apoiando-se nas marcas linguísticas, em seu conhecimentos sobre os gêneros e a temática e nas orientações dadas pelo professor.
Um apólogo
Machado de Assis
Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?
— Deixe-me, senhora.
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...
A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:
— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:
— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!
Texto extraído do livro "Para Gostar de Ler - Volume 9 - Contos", Editora Ática - São Paulo, 1984, pág. 59.
Questões sobre o texto
RELACIONE AS COLUNAS:
A- SUBALTERNO ( ) CÃO PERNALTO E ESGUIO PRÓPRIO PARA A CAÇA DE LEBRES, É O MAIS RÁPIDO DOS CÃES;
B- OBSCURO ( ) COSTURO;
C- ÍNFIMO ( ) AQUELES QUE ABREM CAMINHO;
D- COSER ( )DE QUALIDADE MÉDIA OU INFERIOR, VULGAR, COMUM
E- GALGO ( ) MUITO PEQUENO,INFERIOR, VULGAR,O MAIS BAIXO DE TODOS;
F- MELANCOLIA ( ) SUBORDINADO, INFERIOR, SECUNDÁRIO;
G- ALTIVA ( ) ORGULHOSO, ARROGANTE, VAIDOSO;
H- BATEDORES ( ) ABATIMENTO, DESANIMO , TRISTEZA
I-ORDINÁRIA ( ) SOMBRIO, POUCO CONHECIDO, INDECIFRAVEL
“Era uma vez” pode ser substituída por qual outra expressão de semelhante significado?
De acordo com o texto, o que significa: “dar feição aos babados “ ?
De acordo com o texto, quem era orgulhosa e por que o era?
“silenciosa e altiva” são qualidades atribuídas a quem?
Apólogo: É uma narrativa alegórica para ocultar uma verdade, em que falam animais ou seres inanimados.
Relembrado o que é tempo verbal: Uma ação pode ocorrer no passado, no presente ou no futuro. Os tempos verbais indicam o momento em que ocorre essa ação.
Ação no passado (pretérito): ocorreu antes do momento da fala.
Ação no presente: ocorre no momento da fala.
Ação no futuro: ocorrerá depois do momento da fala.
Após ler e responder as questões, faça a atividade 1 do caderno do aluno volume 3, páginas 20, 21 e 22 exercícios do 1 ao 5.
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